sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

"aqui jaz um tempo"

Numa roda de amigos
que nos falam até ao amanhecer
sobre moças e inimigos
que conheceram por conhecer
mas que cravaram dois pés
na alma dos desesperados
que choravam gotas de
blues pesados como foices
e machados que cortam
as dores dos acusados
de homicídios qualificados
e também remetem velhas
teorias acerca de outros fatos
que embaralham nossas poesias
como vagabundos e usuários
de drogas iluminadas com
pingos de saudades
das estrelas que reluziam
nos olhos de uma menina
atordoada por pensamentos
de um passado que não há
nem surgirá além das promessas
que foram feitas por esses
que nos contam um pouco
dos seus passos por uma terra
desconhecida que existe
dentro de uma máquina
conhecida por aqui jaz um tempo
onde tudo era alcançado
por meio das palavras ou
tentativas de alguma arte
grandiosa ou simples
mas que fosse arte.

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