sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Poema do fim



Havia, em seus olhos, o reflexo do seu eterno
amor e, nos lábios, o desejo de um doce beijo.  
Na cútis, estavam enterrados os sentimentos
sucumbidos e alguns fragmentos dos antigos
temores causados por outros perenes amores.


Por ausência de diálogos, sobraram palavras.
Prantos iniciaram quando sorrisos findaram.


Já não mais dormia, ao seu lado, o moçoilo
dos olhos turvos. Não mais havia poesia ou
prosa em seus manuscritos hodiernos que
se mostravam como profundos traços num
papel umedecido pelas letras do seu choro.


Ao fim,  
há somente
o fim.

Um comentário:

  1. Suas poesias são tão bonitas, tão originais e pulsantes que por vezes ouço as batidas de um coração, por vezes imagino que tudo isso é real e vivido, que você escreveu sobre si mesma e chora sobre a poesia na qual te chora. Lindo.

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