terça-feira, 6 de janeiro de 2015

alucinações causadas pela cafeína

I

tomo uma xícara de café às 3h
e escrevo três versos de poesia
de péssima qualidade sobre
mentiras que atravessam
as minhas vidraças

penso: gostaria de ser alguém que não existisse

mais café às 4h
e pergunto-me se toda
essa decadência é para doer
e se a cafeína ainda fará efeito

interrogo-me: devo remover-me de mim?


II

acredito ser como alice ayres
com uma pitada de anna cameron
e sinto-me perto demais de verdades
ilusórias e falsas realidades de qualquer
estória

desejo: não exista memória!

observo-me em um antigo
espelho oval e vejo diversas
cores em meus cabelos
como se fosse clementine
kruczynski em distintas
épocas do ano


III

em exóticas situações diárias
com plebeus de praças e anões
de jardim em diferentes espaços
do mundo
na sala

há retratos de juarez machado
e cores vivas mortas de tédio
penduradas no meu altruísmo
solitário
tal qual amélie poulain


ao fim: haverá outro velho novo dia amanhã.

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