quinta-feira, 16 de julho de 2015

pequeno pedaço de sentimento notívago

nestes gelos, que caem sobre
meus dedos e me congelam
as letras – que deveriam sair
e morar em algumas amarelas
folhas de papel –, observo uma
questão que surge subitamente
qual é mais frio: o inverno do ano
ou o inverno da alma? há resposta.

imóvel permaneço recordando
meus olhos que moram nos seus,
e confirmo que para mim sempre
foi tão difícil escrever sobre você,
porque você me dói em cada parte
deste corpo, e se demora em meus
pensamentos como aquela visita
que fica e nunca mais vai embora.

eu não sou uma pessoa normal
que sente os sentimentos, pois
esta estranheza me faz sofrê-los
sem ter um porquê. eu sofro o
amor, como sofro a saudade,
como sofro qualquer coisa
que me faça sentir você.
eu sofro você.

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