quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Poema ao mar II: caixinha de correspondência

aqui não chega o mar
tem areia nas paredes
mas no sal não há vermelho
pacífico morto
reviro-me no quarto
do baú ao espelho e
busco cartas de
doçuras escritas
aflita
escrevo sobre a falta
que faz a praia
no inverno e na casa
caixinha de correspondências
vazia
não confio em quem
da costa
não escreve cartinhas de amor
cheias de areia
de sal
de sol
à amada que morre
por amar seu amor
do mar

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